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Investimentos a curto, médio e longo prazo, o que fazer?

Myrian Lund – Abr 2020

Neste artigo vamos responder a todas essas perguntas.

Curto Prazo – Se o seu dinheiro é para liquidez diária, para compor uma reserva de emergência, a aplicação deve estar em: CDB com liquidez diária, Poupança, Tesouro Selic. Aqui não há volatilidade, a correção do dinheiro é garantida. Entretanto, com a taxa da economia (Selic meta) muito baixa, você não obtém ganho real, ou seja, ganho acima da inflação. Você, apenas, mantém o seu poder de compra. Cuidado com os Fundos de Investimento Renda Fixa DI, se a taxa de administração for superior a 0,5%, pois perde para a poupança após o pagamento do imposto de renda.

Médio Prazo – Para investimentos de 1 a 5 anos você pode optar por renda fixa sem liquidez diária: LCI/LCA, CDB longo. Aqui você ganha mais, mas perde a liquidez diária. Tem também o Tesouro Prefixado, mas este oferece volatilidade até o vencimento. No vencimento você vai receber o que foi pactuado no momento da compra: exemplo 7% ao ano. Essa taxa do Tesouro Selic só é garantida se você esperar até o vencimento.

Longo Prazo – investimentos acima de 5 anos e aposentadoria – neste caso sua aplicação precisa garantir um ganho real, ganho acima da inflação, para ter o montante crescendo de verdade. Aqui os investimentos vão oferecer um ou mais dos três tipos de risco a seguir:

  1. Risco de liquidez – risco de não ter o dinheiro no momento desejado, pois o resgate só é garantido no vencimento (LCI, LCA, CDB longo – até R$ 250.000,00 conta com a garantia do FGC – Fundo Garantidor de Crédito)

  2. Risco de crédito – risco de não ter o dinheiro de volta, parcial ou total (debêntures, CRI e CRA)

  3. Risco de volatilidade – valorizações e desvalorizações no dia-a-dia (títulos públicos prefixados e inflação + juros, fundos multimercados, fundos de ações, fundos imobiliários, ações, ouro, bitcoin, dólar e moedas em geral)

Renda fixa com rentabilidade negativa – Quando você investe em Tesouro Prefixado ou Tesouro Inflação + juros, está sujeito a valorizações e desvalorizações do momento da compra até o vencimento. No resgate vai receber o que foi pactuado no momento da abertura da posição, mas até lá está sujeito a volatilidade.

Aplicação em títulos públicos é risco? Aplicar em títulos públicos é o menor risco de crédito do mercado. Por isso as carteiras com viés conservador aplicam títulos públicos, pois é a garantia de ter o seu dinheiro de volta no vencimento da aplicação. As reservas bancárias, as reservas das seguradoras, as reservas das cooperativas de crédito, a carteira do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) está aplicada em títulos públicos, basicamente no Tesouro Selic. Como você pode observar, a base do mercado financeiro está lastreada em títulos públicos federais. O risco brasil tem se mostrado um dos mais baixos da sua história, evidenciando baixo risco. Justamente por isso que o Brasil está com taxa Selic meta tão baixa (3,75% ao ano) e ainda podendo diminuir nas próximas reuniões do COPOM.

O risco de mercado (volatilidade, valorizações e desvalorizações diárias na carteira) existe quando se adquire Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+, mas são os títulos de renda fixa que vão lhe proporcionar ganho real no vencimento, quando receberá o que foi pactuado no momento da aplicação.

Por isso, se a sua carteira de previdência estiver lastreada em títulos públicos federais, não se assuste com a volatilidade, sinal que estão usando os títulos corretos, em busca de rentabilidade acima da inflação no médio e longo prazo.

Myrian Lund, CFP
Planejadora Financeira